O
ensino sobre o purgatório é um dogma presente na doutrina da Igreja Católica Apostólica
Romana (ICAR) que afirma que após a morte, as almas dos cristãos que não são
completamente purificados do pecado precisam passar por um estado de sofrimento
e purificação no purgatório antes de entrar no céu.
Esse
ensino geralmente é comparado a uma sala de espera. Com toda a certeza você já
foi a um consultório médico e antes de fazer sua consulta teve que aguardar
numa sala de espera. Mais ou menos é isso que é o purgatório, de maneira bem
simples, é um lugar que antecede o céu, onde as almas ficam ali por algum tempo
se purificando para que depois desse período possam ingressar no Reino
Celestial.
Mas
será que esse lugar que antecede o céu realmente existe? É o que falaremos
neste artigo! Por isso, acompanhe até o final para entender um pouco mais sobre
essa história.
O
que a Bíblia diz sobre o purgatório?
Nada,
absolutamente nada! A Bíblia não fala em momento algum sobre um lugar intermediário
entre o céu e o inferno e, por isso, não há razões para nós cristãos
acreditarmos na existência do purgatório. Mas de onde surgiu essa doutrina
então? O texto utilizado para fundamentar o ensino se encontra em 2 Macabeus
12.43-46, um livro não inspirado por Deus muito aceito entre os católicos.
Além
disso, esse texto não é coerente com o restante das Escrituras Sagradas, e isso
significa que não há apoio bíblico para sustentar essa doutrina. Ou seja, de
acordo com a Bíblia o purgatório não existe e só há dois lugares onde as almas
irão após a morte: o céu ou o inferno. “Da mesma forma, como o homem está
destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo.” (Hebreus 9.27).
Passagens
bíblicas frequentemente citadas e distorcidas pelos católicos para falar sobre
o purgatório
Existem
alguns versículos bastante citados pelos católicos como uma prova da existência
do purgatório, mas que muitas vezes são interpretadas de maneira equivocada ou
fora de contexto. Veremos a seguir quais são essas passagens bíblicas e o que
elas realmente significam:
“Entre
em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça
isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá
entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão. Eu
garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo.”
(Mateus
5.25,26)
Os
católicos acham que a “prisão” mencionada nos versículos acima fazem uma
referência ao purgatório e o pagamento do “último centavo” seria uma referência
ao processo de purificação da alma após a morte. Costumam dizer que somos
obrigados a nos reconciliar, pois o adversário que é Satanás nos condenará
diante do Juiz que é Cristo que fará justiça nos jogando no purgatório até que
cada pecado cometido seja expiado. Entretanto, essa interpretação está
equivocada!
Pois
se os católicos tivessem certos, então nós teríamos que nos reconciliar
depressa com quem? Com o Diabo? Ao observar o contexto da passagem a gente pode
notar que Jesus está dizendo que devemos fazer as pazes com quem a gente
ofendeu ou fomos ofendidos, enquanto há oportunidade, mesmo que a briga
tenha se prolongado ao máximo; porque se perdoamos aqueles que nos ofenderam,
Deus nos perdoará, mas caso não perdoemos essas pessoas, Deus também não
perdoará nossos pecados (Mt 6.14,15).
“Quem
falar contra o Filho do Homem será perdoado, mas quem falar contra o Espírito
Santo não será perdoado, nem neste mundo nem no mundo por vir.”
(Mateus
12.32)
Para
os católicos, o trecho “nem neste mundo nem no mundo por vir” sugere que a alma
pode receber perdão em uma época posterior à vida aqui na Terra argumentando
ser o purgatório. No entanto, isso é completamente uma distorção do texto
bíblico visto que simplesmente ele significa que quem blasfemar contra o Espírito Santo não obterá perdão agora e nem no dia do juízo final.
“Aquele
servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o
realiza, receberá muitos açoites. Mas aquele que não a conhece e pratica coisas
merecedoras de castigo, receberá poucos açoites.”
(Lucas
12.47,48a)
Segundo
os católicos, essa passagem bíblica indica que alguns vão receber açoites leves
ou pesadas, mas viverão, isto é, ganharão a vida eterna. E esse estado onde se
receberão esses açoites não é no céu porque lá não há castigos e nem no inferno
porque não se pode ganhar a vida eterna. Logo entendem que seja um período de purificação
no purgatório antes de entrar no céu. Porém, mais uma vez essa interpretação
está equivocada!
Primeiramente
devemos entender que esses versículos fazem parte do contexto da parábola do
servo vigilante e essa passagem ensina que precisamos estar sempre vigiando porque
não sabemos quando Jesus irá voltar em glória. Além disso, quando Cristo
novamente voltar, Ele virá para julgar e aqueles que permanecerem fiéis serão
recompensados, mas os servos que sabiam a vontade de Deus e não o fizeram serão
punidos com mais severidade (com muitos açoites) do que aqueles que não a
conheciam (com poucos açoites).
“Para
que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da
terra.”
(Filipenses
2.10)
Para
os católicos, o trecho “debaixo da terra” é uma menção ao purgatório,
entretanto é mais uma distorção de um versículo bíblico. Na verdade, essa
passagem indica uma profecia que se cumprirá no dia do julgamento final, onde
todos poderão “ver com seus próprios olhos” e dobrar os seus joelhos como ato
de reverência e adoração a Jesus, tanto aqueles que já reinam nos céus com Ele,
como aqueles que estarão aqui na Terra quando Ele voltar e aqueles que já estão
condenados eternamente. Todos reconhecerão o senhorio de Cristo.
“Se
alguém constrói sobre esse alicerce usando ouro, prata, pedras preciosas,
madeira, feno ou palha, sua obra será mostrada, porque o Dia a trará à luz;
pois será revelada pelo fogo, que provará a qualidade da obra de cada um. Se o
que alguém construiu permanecer, esse receberá recompensa. Se o que alguém
construiu se queimar, esse sofrerá prejuízo; contudo, será salvo como alguém
que escapa através do fogo.”
(1
Coríntios 3.12-15)
Os
católicos utilizam esta passagem dizendo que a expressão “sofrer prejuízo”
significa um castigo temporário no purgatório, onde as almas escaparão assim
como pelo fogo da purificação. Entretanto, não é isso que diz os versículos! Se
analisarmos bem, o significado deles é que os cristãos enfrentarão um
julgamento pela qualidade e quantidade das obras que fizeram para Jesus, mas
que sua salvação está garantida em Cristo, independentemente do resultado do
julgamento. É uma passagem que faz referência sobre o galardão que receberemos
no céu por nosso serviço fiel aqui na Terra.
Os
perigos da crença no purgatório para a nossa fé cristã
Por
fim, quero destacar que existem perigos ao acreditar na existência do
purgatório, visto que como pudemos atentamente analisar não há respaldo bíblico
para tal crença e há muita distorção de versículos para tentar fazer com que o
cristão caia no engano. Um desses perigos é crer que o nosso próprio sofrimento
pode oferecer perdão pelos nossos pecados, sendo que somente o sangue de Cristo
é capaz de nos purificar de nossos pecados!
Logo,
quem acredita no purgatório diminui o sacrifício de Cristo na cruz, pois
somente o sangue dEle nos purifica de todo o pecado. Se o purgatório existisse,
Deus estaria com isto nos dizendo que o sacrifício do Seu Filho foi imperfeito
e insuficiente. Mas Escrituras Sagradas dizem:
“Mas,
se vivemos na luz, como Deus está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o
sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”
(1
João 1.7)
Outro
perigo é achar que as nossas boas obras nos ajudam a garantir a nossa salvação.
Achar que orar em favor dos mortos fazendo missa de sétimo dia e dando esmolas
em nome do morto para livrar a alma do defunto do purgatório mais rapidamente é
negar completamente o que a Bíblia diz. Aliás, sobre esses assuntos a Palavra
de Deus é contra essas práticas, mas deixemos para falar disso com mais calma
numa próxima oportunidade.
O
que estou querendo dizer é que é unicamente pela fé em Cristo que se obtém a
vida eterna. “Eu lhes digo a verdade: quem ouve minha mensagem e crê naquele
que me enviou tem a vida eterna. Jamais será condenado, mas já passou da morte
para a vida.” (João 5.24).
Você
se lembra do que apóstolo Paulo disse sobre quem propaga mentiras acerca do
Evangelho? Se não se recorda, vou refrescar sua memória: “Que seja
amaldiçoado qualquer um, incluindo nós, ou mesmo um anjo do céu, que anunciar
boas-novas diferentes das que nós lhes anunciamos. Repito o que disse antes: se
alguém anunciar boas-novas diferentes das que vocês receberam, que seja
amaldiçoado.” (Gálatas 1.8,9).
Leia
também: “É certo confessar os pecados ao padre?”
O
desejo do meu coração é que o Senhor te desperte e você não fique mais preso a
doutrinas escravizantes inventada por seres humanos e mentiras do Diabo que expõe
o oposto do que a Palavra de Deus ensina. E agora, depois de tudo o que leu,
você ainda acredita na existência do purgatório? Deixe o seu comentário!
Aproveite e nos siga no Instagram @GarotasfasdeCristo e no Twitter @_GFDC.
Meu
e-mail: abileneleite96@gmail.com
