“Eu fiquei obcecada em contar as calorias de
tudo antes de comer, planejo cuidadosamente o que eu vou comer durante a semana;
pulo algumas refeições, mas mesmo assim quando me olho no espelho me sinto
horrível por ver que ainda estou gorda.” – Q.
“Quero me sentir bonita e atraente, mas
infelizmente tenho ingerido comida em excesso e isso me faz me sentir péssima e
ter medo de ficar gorda. Por isso, eu provoco vômito depois de todas as
refeições para não engordar. Assim me sinto aliviada e no controle da situação.
Mas ninguém sabe disso e tomo bastante cuidado para não descobrirem.” – L.
“Não consigo parar de comer
compulsivamente. Toda vez eu falo para mim mesma que eu vou resistir, mas acabo
cedendo no mesmo dia. Daí, eu me sinto culpada, principalmente porque meus pais
dizem que estou gorda. Eles simplesmente não entendem que eu não consigo parar
de comer, que eu preciso de comida.” – A.
Se
por um acaso você se identificou com algum destes relatos, saiba que não é a única
a passar por esse problema. Algumas meninas da sua idade estão em busca de um “corpo
ideal” proclamado pela sociedade e acabam entrando por um caminho perigoso ao desenvolver
transtornos alimentares.
Ao
contrário do que muita gente pensa, esses dilemas com comida e peso como
anorexia, bulimia e compulsão alimentar não são frescura. Por esta razão, no
caso de ter se sentido familiarizada com as histórias saiba qual a solução para
esse problema. Ou se você acha que sua amiga (ou sua filha, para as mamães que
estão lendo esse artigo) possui um dos distúrbios mencionados; saiba maneiras
de ajudá-la.
Uma
visão geral sobre transtornos alimentares
Veja
abaixo uma perspectiva geral sobre os principais transtornos alimentares:
ANOREXIA
É
caracterizada pela busca contínua de perder peso além do medo de ficar gorda. A
pessoa, às vezes, já está bastante magra, mas ao se olhar no espelho enxerga o
seu corpo maior do que é. Para emagrecer, as anoréxicas recorrem a dietas
radicais, contam constantemente cada caloria do que estão ingerindo, fazem jejuns
prolongados e se envolvem em exercícios físicos de maneira excessiva.
Os
sintomas da anorexia são perda de peso exagerado em um curto espaço de tempo sem
nenhuma justificativa e perda de densidade óssea; preocupação excessiva com o
valor calórico dos alimentos; visão distorcida do seu próprio corpo (apesar de
estar extremamente magra, não consegue perceber isso e em frente ao espelho acha
que está gorda); recusa em participar de refeições, porque acha que já comeu
demais; os períodos menstruais se tornam irregulares ou cessam por vários meses
consecutivos; queda de cabelo; pele extremamente seca e cansaço.
Talvez
você ache que esses sintomas não parecem ser graves, mas não se engane, pois
por causa da anorexia muitas meninas têm morrido da falência de algum órgão e
de outros problemas relacionados a má nutrição.
BULIMIA
É
caracterizada por uma alta insatisfação com a imagem de seu corpo além do pavor
de engordar. A pessoa que tem esse problema, por muitas vezes apresenta um peso
normal, mas não gosta de seu próprio corpo. Quem sofre de bulimia faz dietas
radicais, mas acaba perdendo o controle e ingerindo grande quantidade de comida
em curto espaço de tempo. Depois disso, se sente culpada e para evitar que
engorde, recorrem a indução de vômitos para se livrar daquilo que comeu.
Os
sintomas da bulimia são auto indução de vômitos (frequentes idas ao banheiro
após as refeições); abuso de laxantes e diuréticos; atividade física exagerada;
uso de moderadores de apetite; jejuns prolongados e dietas radicais que são
usados para compensar o comportamento de devorar comida anteriormente.
Novamente
talvez você esteja pensando que esses sintomas não parecem ser graves, mas eles
põem em risco à sua vida. Isso porque tomar laxantes enfraquece a parede intestinal
e pode levar a inflamações e a infecções. Além disso, forçar o vômito com
frequência pode acabar resultando em desidratação, cáries, danos no esôfago e
insuficiência cardíaca.
COMPULSÃO
ALIMENTAR
É
caracterizada pelo comportamento descontrolado em relação aos alimentos, ou
seja, a pessoa se entope de comida sem conseguir parar mesmo não estando com
fome, da mesma maneira que acontece com pessoas com bulimia. A diferença é que
ela não procura se livrar do que comeu e, por isso, pode acabar ficando acima
do peso.
Os
sintomas da compulsão alimentar são a ingestão de uma grande quantidade de
comida em curto espaço de tempo; ter dificuldade de parar de comer; pouca
preocupação com excesso de peso; já estar no sobrepeso ou obesidade; comer
muito rápido e comer escondido.
Por
mais que alguém que coma compulsivamente não se livre do que ingeriu; comer em
excesso pode levar a pessoa a ter vários problemas de saúde, como diabetes,
hipertensão arterial, doenças cardíacas e etc.
Qual
é a solução?
Nem
sempre estamos totalmente satisfeitas com o nosso corpo, e isso é normal. No
entanto, achar que você é uma das garotas mais gordas do mundo quando você está
com um peso adequado ou só um pouquinho acima, não é nada normal. Também não é
nada normal se acha que é impossível ser feliz se não for magérrima. Não se
engane: ser escrava da balança e essa obsessão pela magreza é uma doença!
Depois
de tudo o que você leu até aqui, o primeiro passo é admitir para si mesma que
tem um problema e lutar contra a tendência de ficar na defensiva parando de
arranjar desculpas para o transtorno que possui. O segundo passo é aprender a
se aceitar do jeitinho que você é. Você foi criada pelas mãos de Deus; Ele
projetou cada parte do seu corpo e a moldou ainda no ventre de sua mãe.
Não
permita se deixar levar pelas mensagens propagadas pela mídia e nem aceite
brincadeiras de mal gosto dos que querem humilhá-la por causa de uma característica
física sua. Lembre-se que você é única, especial e linda. “Como você é
linda, minha querida! Como você é perfeita!” (Ct 4.7). Por isso, não se
preocupe se os outros acham você “fora do padrão”. Não entre nessa prisão de
tentar ser o que outros querem que você seja.
O
terceiro passo é clamar a Deus pedindo para que Ele lhe dê discernimento para
descobrir qual é a origem do seu transtorno para assim poder vencê-lo; além de
pedir motivação para melhorar. Já que grande parte do tratamento e da
recuperação depende de você querer ser curada.
Já
o quarto passo é conversar com seus pais ou outra pessoa que esteja em
condições de ajudá-la. Procure receber tratamento de especialistas, como:
nutricionista, endocrinologista, psicólogo e psiquiatra.
E
caso você tenha uma recaída?
Pode
acontecer que você vença seu transtorno alimentar, porém pode ser que tenha
recaída semanas ou meses depois. Se isso acontecer com você, não desista.
Porque uma recaída não te define e nem faz de você uma fracassada. Apenas te
mostra que há necessidade de reconhecer os gatilhos que te levam a ter recaídas
e fortalecer sua determinação em se livrar do transtorno.
“Porque ainda o justo caia sete vezes, ele
sempre terá força para começar novamente a vida.”
(Provérbios 24.16)
Maneiras
de ajudar uma amiga com anorexia, bulimia ou compulsão alimentar
É
fácil pensar que a dor que pessoas com transtornos alimentares possuem não é
problema seu. Mas Deus deseja usá-la para mostrar a compaixão que Ele tem pelas
pessoas que estão sofrendo com anorexia, bulimia ou compulsão alimentar. Por
isso, se você conhece alguém que esteja lutando contra algum transtorno
alimentar, não perca tempo, pois essa é a hora de agir.
Leia
mais sobre o assunto.
Analise com cuidado todas as informações dadas neste artigo e procure entender
o motivo pelo qual sua amiga (ou filha) recorreu a esse tipo de comportamento.
Passe
segurança.
Ao conversar com sua amiga (ou filha) lembre que ela é muito bonita e que
qualquer coisa ruim que ela faça a si mesma também afetará você. Fale sobre a
visão distorcida que ela tem sobre si mesma e que, se ela quiser emagrecer (caso
realmente esteja fora do peso ideal), não há nada de errado nisso, desde que
seja feito de maneira saudável.
Não
julgue.
Porque encher a pessoa de culpa além de não ter nada a ver ainda só fará mais
mal a ela. Sendo assim, sua amiga (ou filha) deve ser acolhida e tratada com
muito amor, carinho, compaixão e paciência; da mesma forma que Jesus cuidou de
todos os enfermos que Ele curou. Além disso, nada de fazer piadas e brincadeiras
maldosas tais como lhe chamar de “gordinha”, pois isso pode lançar sementes de
insegurança na mente dela.
Tenha
bastante paciência.
A situação às vezes pode não mudar da noite para o dia, até porque a primeira
reação dela pode ser defensiva. Por isso você precisa ser persistente e
incentivar sua amiga (ou filha) para lhe dar forças para superar o transtorno.
Acompanhe-a
no tratamento.
Sua amiga (ou filha) ficará mais confiante se você for com ela nos centros de
ajuda.
Conclusão
É sobre isso, meninas… Deus se importa com nossa saúde, bem-estar e
alimentação. Por isso não seja mais escrava da balança e lembre-se que o Senhor
criou o seu corpo com bastante capricho, então peça a Ele para que você veja o
quão linda é. Faça o seu tratamento, porque Deus coloca à disposição profissionais
e muitos recursos para lhe ajudar quando está doente.
Leia também: “Eu me sinto feia”, o que eu faço? Como lidar com isso?
Se você tem algum desses transtornos alimentares ou conhece alguém que
esteja lutando contra anorexia, bulimia ou compulsão alimentar, siga os
conselhos dados neste artigo. E se quiser continuar com a conversa, deixe um
comentário ou se preferir me envie um e-mail.
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Mil Beijinhos…
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