Quando
você está participando de uma discussão, principalmente em alguma rede social,
denunciando e combatendo ensinos que são contrários ao que Deus diz em Sua
Palavra, é bastante comum pessoas escreverem comentários citando o versículo:
“Não
julgueis, para que não sejais julgados.”
(Mateus
7.1)
Desse
modo, esse texto é um argumento para que as pessoas condenem qualquer um que
critica práticas pecaminosas e doutrinas sem nenhuma base bíblica ou com
versículos distorcidos. Ironicamente, as pessoas que utilizam esse versículo
não percebem que estão julgando a outra como sendo culpada de desobedecer a uma
proibição. Será então que é pecado julgar? Foi isso mesmo que Jesus ensinou
nesse texto? Como devemos interpretar essas palavras de nosso Salvador?
Todo
tipo de julgamento é pecado?
Primeiramente
devemos compreender que é necessário ler os versículos bíblicos analisando o
seu contexto, caso contrário, vamos concluir algumas partes da Palavra de Deus
de maneira equivocada. Assim como acontece muitas vezes com esta fala de Jesus,
onde é comum ver as pessoas utilizando e repetindo como forma de nos fazer
calar a boca.
No
entanto, quando Jesus cita tais palavras no Sermão da Montanha (Mt 7.1), Ele
não proíbe todo tipo de julgamento, mas somente o julgamento hipócrita e
precipitado. O julgamento hipócrita é quando quem aponta o defeito no outro,
possui o mesmo defeito ou até pior e quer corrigir o seu semelhante, não tendo
moral para falar do pecado alheio. Já o julgamento precipitado é aquele que é
baseado no “ouvi dizer”, informações de segunda mão e impressões sem conhecer justamente
os fatos.
Logo,
Cristo estava recriminando o julgamento hipócrita e precipitado dos fariseus
que se preocupavam com o cisco no olho dos outros enquanto tinham uma trave em
seus próprios olhos os impedindo de enxergar (Mt 7.3-5). Ou seja, os fariseus
exigiam das outras pessoas o que eles mesmos não conseguiam fazer; enxergavam
os pecados alheios, mas não conseguiam ver suas próprias transgressões.
E assim
acontece atualmente, o sujo falando do mal lavado. Porém, Jesus ensina que precisamos
olhar primeiro para nós mesmos e só depois olhar para o outro e corrigi-lo. E
ao combater o erro, devemos mostrar onde as pessoas estão desajustadas com a
Bíblia para que possamos ajudá-las mostrando qual é a vontade de Deus em
relação ao erro que elas cometeram.
– Leia
também: “Quando a correção é necessária…”
O
que a Bíblia diz sobre julgar as pessoas
A Bíblia
diz que não devemos julgar as pessoas pela aparência, pois nem sempre o
exterior reflete o que tem no interior das pessoas, porque é fácil se deixar
enganar pelas aparências e fazer julgamentos injustos. Dessa forma, a Palavra de
Deus nos aconselha:
“Não
julguem de acordo com as aparências, mas julguem de maneira justa.”
(João
7.24)
Devemos
julgar os nossos irmãos na fé quando eles cometem pecado, a fim de que eles
possam se arrepender de suas transgressões, para que se voltem para o caminho
certo. Já os que não são cristãos, Deus certamente os julgará:
“Não
é de nossa responsabilidade julgar os de fora da igreja. Mas não há dúvida de
que é nossa obrigação julgar e tratar com rigor aqueles que são membros da
igreja e estão pecando nessas coisas.”
(1
Coríntios 5.12)
Outro
ponto importante é que devemos julgar as pessoas que dizem ser espirituais e
que trazem alguma mensagem ou profecia. Precisamos examinar se o que é dito
realmente vem da parte de Deus, principalmente porque há muitos falsos profetas
por toda parte. E assim como o povo de Bereia (At 17.11) que avaliavam nas
Escrituras se tudo o que estava sendo ministrado era uma verdade, devemos fazer
o mesmo:
“Julguem
vocês mesmos o que estou dizendo.”
(1
Coríntios 10.15b)
“Tratando-se
de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem.”
(1
Coríntios 14.29)
Não
só devemos julgar as pessoas, como também todas as coisas para avaliar se
aquilo que lemos, ouvimos e assistimos vão nos edificar. Essa é a recomendação
das Escrituras Sagradas:
“A
pessoa que tem o Espírito Santo pode julgar o valor de todas as coisas.”
(1
Coríntios 2.15a)
“Julgai
todas as coisas, retende o que é bom.”
(1
Tessalonicenses 5.21)
Sim,
o cristão pode julgar!
Com
todos esses textos expostos, podemos dizer que julgar é o papel de todo cristão obediente ao Senhor. Porém, lembre-se que o julgamento deve ser baseado na
Palavra de Deus (e não segundo o que você pensa), chamando aquele que errou de
volta para o caminho correto e orando por sua restauração.
Mas
o que dizer sobre os versículos que nos recomendam a não julgar o próximo? Observe
alguns desses versículos e tome nota do que eles realmente significam.
“Não
julguem e vocês não serão julgados.”
(Lucas
6.37a)
“Meu
amigo, não importa quem você seja, você não tem desculpa quando julga os
outros. Pois, quando você os julga, mas faz as mesmas coisas que eles fazem,
você está condenando a você mesmo.”
(Romanos
2.1)
“Portanto,
deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não pôr
pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão.”
(Romanos
14.13)
“Irmãos,
não falem mal uns dos outros. Quem fala contra o seu irmão ou julga o seu irmão
fala contra a Lei e a julga. Quando você julga a Lei, não a está cumprindo, mas
está agindo como juiz. (…) Mas quem é você para julgar o seu próximo?”
(Tiago
4.11,12b)
Julgar
só se torna um pecado quando é feito de maneira hipócrita e precipitado, ou
seja, quando julgamos o outro por fazer a mesma coisa que estávamos fazendo ou
quando julgamos de acordo com os nossos “achismos”. É isso que os versículos acima
nos mostram!
Espero
que esse artigo possa ter te ajudado a entender melhor sobre essa delicada
questão que é a de julgar os outros. Deixe
nos comentários sua opinião sobre tudo isso.
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Mil
Beijinhos…
Meu
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